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Pensamentos, momentos e sorrisos.
Fazenda de meu avô materno “Floresta de Santa Verônica”
Maio de 1950 – colheita do café – meus pais Nestor e Cidinha
Em sua fazenda tão distante, num recanto da “Alta Mogiana”, passava ela sonhando sua vida, a espera de seu amor que sabia - só chegaria quando o café depois de colhido, no terreirão estendido, como pequenas gotas vermelhas secasse.
Uma vez chegado o amor, o sol o café torrava e ali mesmo no terreirão sem mais pressa para nada perpetuaram suas juras neste retrato amarelado. Entregaram para os filhos que gostam de ouvir suas histórias à mesa da cozinha tomando um cafezinho e comendo queijo minas.
Para meus pais - lembranças da Fazenda 05-07-2010Na casa do Vô José, “Floresta de Santa Verônica”, ao dia ele anunciava:
Levanto-me às cinco em ponto, acompanhando a galinhada.
Se você vier cheio de poeira da estrada,
no bule vai ter café para espantar a madrugada.
Secado no terreirão, trazido direto da roça,
torrado no fogão a lenha e moído pela Rosa.
E para agradar seu paladar, ofereço mais que depressa -
a Cidinha faz um “queijim” gostoso e bem “branquim”.
Daqui o amigo sai satisfeito para mais um dia enfrentar
e o aroma do café em sua memória ficará,
já pensando no dia seguinte que aqui retornará.
Amigo ou visitante da Alta Mogiana,
meu café todos conhecem e quem dele bebe gosta.
Por isso caro amigo aqui faço uma aposta:
Que não há café melhor que o da Fazenda do Zé Costa.
Luciana, 01 de maio de 2012
“Os emboabas entraram
Na fazenda dos paulistas
Os paulistas, de sabidos,
Mandam servir o café. (...)”
O Café dos Emboabas, Murilo Mendes
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“Café expresso – está escrito na porta.
Entro com muita pressa. Meio tonto,
por haver acordado tão cedo...
E pronto! parece um brinquedo:
cai o café na xícara pra gente
Maquinalmente.
E eu sinto o gosto, o aroma, o sangue quente de São Paulo
nesta pequena noite líquida e cheirosa
que é a minha xícara de café. (...)”
São Paulo, 1928 – Cassiano Ricardo
No rancho fundo bem pra lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite, nem de dia
Os arvoredos já não contam mais segredos
Que a última palmeira já morreu na cordilheira
Os passarinhos enterraram-se nos ninhos
De tão triste essa tristeza enche de treva a natureza
RANCHO FUNDO - ARY BARROSO
Não sabia que o título do seu blog era baseado em um livro.
ResponderExcluirEm todo caso, a paixão com que você se refere ao autor - ainda que explicitando ressalvas, o que lhe salvaguarda de um fanatismo comum na referência habitual a nossos ídolos - decerto suscita vontade de compartilhar da leitura.
Um grande beijo de seu sobrinho que lhe ama!
Façamos isso.Compartilhemos!
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