quarta-feira, 21 de julho de 2010

Porque Hemingway


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Muitas datas importantes passam despercebidas por mim, mas curiosamente sempre no dia 21 de julho penso em Ernest Hemingway e me dou conta de que é a data de seu aniversário de nascimento. Faria hoje 111 anos.
Nomeei meu Blog há dois anos com uma obra sua. “O sol também se levanta”, (estou com ela em mãos). Um romance que li e reli no passado. O que me atrai em Hemingway é que ele mergulha fundo nos conflitos mais corriqueiros do ser humano e parece ler nossos sentimentos e angústias. É tão maravilhoso em seu estilo seco e preciso e em sua técnica magistral de usar conjunções diversas em rápida sucessão (como em "ele correu e pulou e riu de alegria"), para transmitir uma variedade de efeitos, como aumentar ou diminuir o ritmo da prosa.
Não admiro completamente sua biografia, como seu gosto pelos esportes radicais de sua época – afinal ele era louco por touradas e safáris na África. Dizia que passava boa parte do tempo atirando nas feras para não ter que atirar em si mesmo. No final de sua vida foi o que ele fez.
De qualquer forma, era outra época e independentemente de suas preferências esportivas ele esculpiu com mãos de mestre na solidez das palavras grandes histórias a partir de temas simples do cotidiano.

Em “O Sol Também se Levanta”, Hemingway retrata um grupo de expatriados boêmios, ingleses e norte-americanos, após o término da Primeira Guerra Mundial chegando a Pamplona, durante a “Fiesta de Sanfermin”, onde são introduzidos à estética das touradas. No meio da alegria que antecede o retorno ao marasmo habitual, uma sofrida história de amor se desenrola entre um impotente mutilado de guerra e uma ninfomaníaca. É empolgante o sentido humano com que ele narra às desilusões desse grupo de "exilados".

Não me estenderei porque meu propósito não é tecer aqui críticas e resenhas aos seus livros, mas expressar o prazer que sinto ao lê-lo e suscitar a importância literária da “Geração Perdida” através da memória de Ernest Hemingway.

Luciana MS Arraes, 21 de julho de 2010

2 comentários:

  1. Não sabia que o título do seu blog era baseado em um livro.
    Em todo caso, a paixão com que você se refere ao autor - ainda que explicitando ressalvas, o que lhe salvaguarda de um fanatismo comum na referência habitual a nossos ídolos - decerto suscita vontade de compartilhar da leitura.

    Um grande beijo de seu sobrinho que lhe ama!

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