segunda-feira, 19 de julho de 2010
PÁRAMOS
PÁRAMOS -
Quem conhece “Pedro Páramo” e sua atmosfera de realismo fantástico, uma obra fabulosa de Juan Rulfo, gostará de vê-la transcriada para o teatro com competência e criatividade.
Vinte e quatro atores — estudantes da UNICAMP— guardam o mérito de todo o trabalho ter sido pensado e criado por eles próprios.
Quanto a construção cênica, duas arquibancadas bastam para dar existência a um imaginário de miasmas, composto por “paredes” que escondem lamúrias.
Quanto a nós, espectadores, vagamos juntos entre fantasmas não libertos das emanações meféticas e que necessitam ainda ser amados e lembrados.
Poderia evidenciar várias passagens da peça, mas a “morte de Susana” foi um dos pontos altos que me marcou profundamente.
PÁRAMOS vai além do contexto de um livro, não é somente uma releitura da obra de Juan Rulfo, mas um mergulho num universo mítico de um povo tão rico culturalmente — os mexicanos.
Por fim, nessa dramaturgia, “páramo” - como substantivo, deixa de ser uma planície solitária, um deserto ou o próprio firmamento, para transformar-se num povoado denso de referências e carregado com força simbólica de espectros, sentimentos, saudades, dores e morte.
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