sábado, 24 de março de 2012

Poetas do cinema

Quando abrimos nosso coração à arte e à beleza das coisas, o prazer que extraímos disso é tão grande que a vida em todas as suas esferas mostra-se-nos simples e fácil de seguir. Nesses momentos as complicações desaparecem e deixamos-nos acreditar que há uma história maravilhosa por trás da realidade em que cremos viver.
O final triunfante de Georges Méliès em "A invenção de Hugo Cabret" é tão merecido que deveria ter sido a trajetória natural de sua vida e carreira. Se nesse nosso mundo tão carente de comiseração sua vida não se concluiu assim, Scorsese conseguiu presentear-nos com essa realidade paralela colocando Méliès merecidamente no lugar que lhe é devido.
O cinema é feito de magia, como descobriu Méliès, e Scorsese em sua admiração por esse mestre, soube coroá-lo com tamanha sensibilidade capaz de elevar nossas almas (é como quando Orfeu entra no submundo tocando sua cítara. Ele é a realidade desconhecida que encanta as almas sofridas).
Assim, por duas horas Scorsese delicia-nos com essa outra realidade fantástica que se faz escondida em nosso mundo tão frágil e cruel.

Luciana - 24-03-2012



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